Saiba o que o Husm pretende fazer com os R$ 40 milhões anunciados pelo presidente da Ebserh

Saiba o que o Husm pretende fazer com os R$ 40 milhões anunciados pelo presidente da Ebserh

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Pela primeira vez, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, destinará recursos para os hospitais universitários, na busca por ampliar o atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Do R$ 1,5 bilhão que será gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), R$ 40 milhões serão destinados ao Hospital Universitário de Santa Maria (UFSM) para execução de projetos antigos da gestão, além de garantir a revitalização da fachada do hospital e reforma do telhado, que são os mesmos desde a década de 1970. 


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Na tarde de segunda-feira (28), o ex-ministro da Saúde e presidente da Ebserh, Arthur Chioro, e a diretora de Atenção à Saúde da Ebserh, Lumena Almeida Castro Furtado, desembarcaram em Santa Maria pela primeira vez. Na agenda estavam visitas ao Hospital Regional de Santa Maria e ao Husm, que deve iniciar as obras no segundo semestre de 2024. Na ocasião, a situação do Pronto-Socorro, que encontra-se superlotado, também foi apresentada a Chioro.  


Visita

A visita de Chioro e Lumena ao hospital, na manhã desta terça-feira (29), abrangeu novas instalações e as áreas que devem ser reformadas com os recursos do PAC. Dentro da instituição, pelo menos dois andares do prédio antigo devem passar pelo processo. É o caso da maternidade, localizada no 2º andar, que abrigará o Centro Obstétrico, duas salas para cesárea e uma comunicação com a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Também deve ser reformada a unidade de internação pediátrica e o lactário, sendo transferido o Centro de Tratamento de Criança e Adolescente com Câncer (CTCriac) para o local. 


Com a verba do novo PAC, o Husm pretende construir um novo prédio. O terreno cedido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) fica próximo do hospital e deve abrigar os antigos prontuários médicos em papel, além de servir de depósito de soros. As equipes da Unidade de Patrimônio e de Serviços Administrativos, que atualmente estão alocados em diferentes prédios no campus, também devem ser transferidos para a nova estrutura. 


O projeto também prevê a reestruturação da rede elétrica, reforma no telhado, assim como pintura e revitalização da fachada do hospital, que é a mesma desde a década de 1970. Segundo o superintendente do Husm, Humberto Palma, tratam-se de demandas antigos da instituição, mas que agora estão mais perto de sair do papel. 


– A expectativa é de que tenhamos o primeiro passo, que são as obras do PAC e que iniciemos o mais rápido possível este processo de organização e implementação para que consigamos atuar mais em conjunto com a rede de assistência da saúde, com o Hospital Regional e os pequenos hospitais de média complexidade da região para que consigamos, então, desafogar e fazer um cuidado mais hierárquico dos pacientes, melhorando os resultados para essa população – afirma. 


Considerando os períodos de licitação e demais etapas, Palma estima que as obras no Husm se iniciem no segundo semestre de 2024. Em entrevista ao Diário, Chioro falou sobre a importância dos recursos:


– O Husm é um hospital fundamental não apenas para Santa Maria, mas para a região. É um hospital que precisa desses investimentos, que foram negados não apenas para ele, mas a todos nos últimos anos. E agora, nós temos a tranquilidade de saber que vamos poder investir em áreas prioritárias do hospital. Entre elas, o atendimento ao Câncer tanto em adultos quanto em crianças, na maternidade e na melhoria da emergência. São pontos críticos e que merecem receber investimentos, porque permitirão que o atendimento seja feito com mais qualidade, de forma humanizada e mais respeitosa com os pacientes e seus familiares. 


Acompanharam a visita o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Luciano Schuch, o deputado federal Valdeci Oliveira (PT), profissionais da saúde e demais autoridades. 


O que é a Ebserh?

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Obras contempladas

Com recursos do PAC, o Husm deve investir na:

  • Reforma e ampliação da maternidade, localizada no 2º andar, que irá abrigar também o Centro Obstétrico, além de duas salas para cesárea e uma comunicação com a UTINeonatal;
  • Reforma na unidade de internação pediátrica e o lactário, no 6º andar, que deve receber o Centro de Tratamento de Criança e Adolescente com Câncer (CTCriac);
  • Reestruturação da rede elétrica;
  • Pintura, revitalização da fachada do hospital e reforma no telhado;
  • Construção de um novo prédio em área cedida pela UFSM e que deve abrigar antigos prontuários médicos e o depósito de soros. A Unidade de Patrimônio e serviços administrativos atualmente alocados em diferentes prédios, fora do hospital, também devem ser transferidos para o local.

  • Foto: Nathália Schneider (Diário)

“Ver os nossos pacientes aguardando por uma vaga no corredor, enquanto há disponibilidade de oferta na própria cidade, me deixa bastante preocupado”, afirma Chioro sobre Pronto-Socorro

Durante a visita ao Husm, Chioro conheceu a realidade do Pronto-Socorro. Desde 26 de julho de 2022, a Unidade de Urgência e Emergência atende somente pacientes encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Sistema de Regulação de Internações Hospitalares do Estado (Gerint) e pela Central de Regulação do Estado, por meio do Vaga zero. 


Em entrevista ao Diário, o presidente da Ebserh relembrou a visita que fez ao Hospital Regional, no Bairro Pinheiro Machado, na tarde de segunda-feira (28). Ao lado do deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), ele se reuniu com o diretor administrativo do Regional, Geison Farias, e a coordenadora adjunta da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Carla Boniatti, entre outras autoridades.


Para o ex-ministro da Saúde, o Hospital Regional pode ser um aliado na região, diminuindo a alta demanda do Husm. 


– O que eu vi hoje no Husm foi uma unidade literalmente lotada, com pacientes nos corredores. Mas todos, sem exceção, bem atendidos. E a solução para esse problema, por incrível que pareça, não passa por dentro do hospital. Passa pela ampliação da capacidade de resolução de hospitais de média complexidade nos municípios vizinhos. Passa pela plena ativação do Regional. Eu tive a oportunidade de visitar o hospital, que tem uma estrutura física muito boa e moderna, mas que está funcionando com menos da metade de sua taxa de ocupação. Então, ver os nossos pacientes aqui no Hospital Universitário aguardando por uma vaga no corredor, às vezes por dias, enquanto há disponibilidade de oferta na própria cidade, me deixa bastante preocupado. Vamos dialogar com o Ministério da Saúde, mas principalmente com a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul para buscar uma solução conjunta – afirmou. 


Atualmente, o Hospital Regional de Santa Maria conta com:

  • Quatro ambulatórios: de atenção especializada em Doenças Crônicas, de Cardiologia, ambulatório Cirúrgico e o mais recente, o ambulatório da Pessoa Idosa
  • Bloco cirúrgico com capacidade para mais 55 cirurgias ao mês e seis salas cirúrgicas equipadas
  • 100 leitos, sendo 60 clínicos, 20 cirúrgicos e 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
  • Procedimentos de Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE)
  • Especialidade de média complexidade em traumato-ortopedia, com oferta de 280 consultas e 40 cirurgias por mês
  • Especialidade de média complexidade em neurologia com oferta de 240 consultas, além de 40 cirurgias por mês de média e alta complexidade


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